Etapas

Poesia classificada no concurso Poemas no ônibus de 2010

Etapas

A manhã esperta

brinca inteira

na criança arteira.

A tarde se enrosca dolente

nos cabelos da adolescente.

A noite azul, faz festa

dança na mulher feita.

A madrugada nebulosa

conta história.

rimas imperfeitas

num corpo de senhora.

Gerci Oliveira Godoy

SOS

Selecionada em 2010 – Poemas no ônibus

SOS

Notas agudas quebram ondas

além do horizonte

no fio rompido da espera

Há vida na liquidez

verde esperança da luta

no suor já tão salgado

O grito de um afogado

sufoca o derradeiro ensaio

de uma garça em voo

O pescador recolhe a rede

e espera no vazio, a noite

pra guardar o sonho.

Gerci Oliveira Godoy

Continuar

O segredo é continuar
Persistir e perseverar
Pra colher tem que plantar
E para ser é preciso amar

Desistir não é para nós
Desatamos todos os nós
Siga sem olhar para trás
Seu destino é você quem faz

Sempre em frente é o caminho
Sei que nunca estou sozinho
Rompo cordas e correntes
E caminho sempre em frente


Publicado na Antologia de poetas brasileiros contemporâneos - Vol 82 - CBJE - 2011
Link: www.camarabrasileira.com/apol82-063.htm


Juliano Dornelles

Site pessoal: pazdornelles.com 
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Voltei pra você

Estou, sim, voltando
Sou a mesma mulher
E estou concordando:
-Seja como quiser

Tenho tudo definido
Serei sua formosura
Com direito adquirido
Ao carinho em fartura

Lembro de sua promessa:
-Ser meu amor de novela
Espero agora sem pressa
Sentei-me junto à janela

Quero as noites especiais
Sem pejo e sem segredo
Voltei para buscar mais
Sem indecisão ou medo

Voltei para o seu abraço
Ciente do que hoje sou
Quero seu braço e cansaço 
Como quando me amou

Voltei como o filho pródigo
Arrependida voltei
Sem seguir lei ou código
Meu coração entreguei

Quem espera a bonança
Esquece da tempestade
A vida é uma grande dança
Ou de amor ou de saudade

Katia Chiappini 

Blog pessoal www.katiachiappini-rememberthis.blogspot.com.br
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Ao amor elementar

Venham 
Chover em meus braços 
As águas do céu

Eis-me aqui;
Raio e trovão

Durante a noite;
Brindo, sobriamente, a tempestade

Ao cantar dos pássaros; 
Ao abrir das nuvens; 
Hei de iluminar o dia

Juliano Dornelles

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